segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Om Koulsoum


Ídola do povo egípcio e de toda bailarina de dança do ventre, Om Koulsoum foi um ícone da música árabe.
Você pode encontrar diferentes formas de grafia para este nome. Algumas vezes Om é pronunciado como: Um, Umn, Oum ou Omn; Koulsoum pode ser visto como: Kulthum, Kalsoum ou Khalthoum. Mas, todas estas são versões fonéticas do mesmo nome. Om significa mãe, em árabe.
Om Koulsoum foi uma grande Estrela do Oriente. Nasceu em 1904, numa pequena vila, em uma família simples. Ela aprendeu a cantar em casa, com seu pai, líder religioso da mesquita local. Ele obtinha a renda familiar com suas apresentações em casamentos e outras celebrações, acompanhado de seus dois filhos: Om e seu irmão. Os três sempre trabalhavam juntos.
Em virtude de seu brilho próprio e sua voz forte e excepcional, Om logo se fez notada, transformando-se na atração principal do trio. Com o passar do tempo, a família conquistou a fama e passou a ganhar mais com suas apresentações, viajando cada vez mais longe. Aos 19 anos, Om e a família se mudaram para o Cairo, em 1923, cidade que era e é, até hoje, o centro dos negócios e do entretenimento, no Egito.
Sua voz foi imediatamente notada e aclamada pela imprensa. Porém, tendo sido considerada ainda sem instrução, Om dedicou-se aos estudos, com diversos professores de música, assim como poetas e a própria sociedade. Estudava para seguir os passos e as formas de comportamento de sua época, tomando como referência as senhoras de elite (público cativo nas casas em que ela se apresentava).
Na primavera de 1926, Om Koulsoum contratou pela primeira vez músicos profissionais para acompanhá-la cantando e, assim, eles então tomaram o lugar de sua família. Por volta de 1928, ela elevou-se ao topo dentro do "ranking" dos cantores profissionais do Cairo. Durante os anos 20 e 30, ela esteve na TV, gravando comerciais que lançaram seu envolvimento, que duraria por toda a vida, com a mídia em massa.
Seus anúncios comerciais lhe ofereceram segurança financeira e conforto. Logo, Om pôde ser seletiva acerca de suas oportunidades para se apresentar. Aceitava apenas o que lhe interessava. Ela foi uma sábia mulher de negócios, dispensando seu agente e tomando, em suas próprias mãos, a organização e decisão de seus contratos profissionais. Ela cultivou, cuidadosamente, seu público, o que a transformou numa figura familiar para todos eles.
O sucesso explodiu nas décadas de 40 e 50. Seu repertório se expandiu das canções românticas modernas para trabalhos neo-clássicos, baseados em costumes historicamente árabes, envolvendo nas composições música e poesia, recontando a vida. Esta música foi considerada genuinamente árabe e se tornou extremamente popular.
Problemas de saúde perseguiram Om Koulsoum toda a sua vida, afetando seriamente sua carreira em 1946. A preocupação com sua voz a levou a sofrer de depressão e, esta, se agravou no ano seguinte à morte de sua mãe, irmão e um sério rompimento amoroso.
Em 1949 ela passou a apresentar problemas com seus olhos, agravados pela forte iluminação nos palcos e na televisão. Sendo assim, ela decidiu usar óculos escuros em suas apresentações em público. Seguiu-se então um longo período em que sua saúde esteve comprometida, o que durou até 1955. O público considerou com compaixão seu afastamento, aceitando que sua estrela imutável era, de fato, um ser humano. Um dos nomes atribuídos a ela durante sua vida foi "Kaukab al Shark" (Estrela do Oriente). Ao invés de ser esquecida, ela se tornou ainda mais querida pelo público fiel e amoroso que acompanhava sua história.
Por esta época, Om iniciou sua parceria com o premiado compositor Mohamed Abdel Wahab. Em 1964, eles produziram aquela que seria uma de suas mais conhecidas canções no mundo todo: Ente Omri. Esta foi a primeira das dez canções que Mohamed Abdel Wahab escreveu para Om Koulsoum.

Durante os anos 50 e 60, ela expandiu sua atuação, transformando-se em porta voz de diversas causas ligadas à arte e à música. Ela solicitava ajuda governamental para a música e os músicos atuantes no Egito. Depois da guerra de 1967, ela iniciou uma série de concertos dentro e fora de sua terra, para angariar fundos para sua causa. Viajou extensivamente dentro do Egito e no mundo árabe, coletando contribuições e doando os resultados obtidos para o governo egípcio. Ela se tornou conhecida, então, como a voz do Egito.
Seus problemas de saúde se agravaram muito com a idade. Sua condição geral se deteriorou drasticamente em 1971. Seu último concerto aconteceu em dezembro de 1972. Em janeiro de 1975, Om Koulsoum sofre uma crise renal que a levou a morte em 3 de fevereiro daquele ano. Milhares de egípcios entristecidos acompanharam seu funeral.
Diz-se que seu repertório completo contava com cerca de 280 canções, com temas variados, envolvendo amor, patriotismo, religião e natureza. Usava tanto o árabe clássico quanto o coloquial. A maioria delas é tão famosa hoje, quanto era quando Om as apresentava para as multidões. Algumas das mais famosas para nós, bailarinas, são: Alf Leila we Leila, Ana Fintezarak, Ente Omri, Fakarouni, Leilet Hob e Lessa Faker.

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