sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Dança dos Sete Véus

A dança dos sete véus é um dos mais famosos, belos e misteriosos ritos primitivos. Embora muita gente acredite que se trata da mais antiga versão da strip-tease, a dança não tinha um caráter exclusivamente erótico. Não era praticada em ritos de fecundação, mas pelas sacerdotisas dentro dos templos da Deusa Egípcia Ísis. A sacerdotisa oferecia a dança para a Deusa Isis, que dentro dela existe, e lhe da beleza e força.
Essa dança era realizada em homenagem aos mortos. As sacerdotisas, em seus templos, retiravam não só os véus, mas todos os adereços sobre o seu corpo, para simbolizar a sua entrada ao mundo dos mortos sem apego a bens materiais.
A Dança dos Sete Véus pode ser realizada, também, em homenagem à Deusa Babilônica Ishtar ou Astarte, deusa do amor e da fertilidade. Segundo os babilônios, Tamuz, seu amado teria perdido a vida e levado para o reino de Hades, o submundo, e Ishtar, por amor, resolveu ir também para o reino de Hades. Determinada, Ishtar atravessou os sete portais do submundo, e em cada portal deixou um de seus pertences: um véu ou uma jóia (cada um deles representando um de seus sete atributos: beleza, amor, saúde, fertilidade, poder, magia e o domínio sobre as estações do ano). O véu representaria o o que ocultamos dos outros e de nós mesmos. Ao deixar os véus Ishtar revela sua verdade e consegue unir-se a Tamuz.
Mais tarde passou a simbolizar as sete cores do arco-íris, os sete planetas conhecidos na época (que estão representados na dança como possuidores de qualidades e defeitos que influenciam o temperamento das pessoas) e os sete chacras (pontos energéticos do corpo humano). Com isso, a dança passou a ser realizada por bailarinas, que limitavam-se a retirar os véus. A retirada e o cair de cada véu , significam o abrir dos olhos, o cair da venda, que desperta a consciência da mulher. E a evolução espiritual.
Existe também um outra versão que diz que a Dança dos Sete Véus trata-se de um dança hollywoodiana (Salomé) que foi unida a dança do ventre ganhando fama e se propagando com ela. Entretanto, cabe ressaltar que, falando-se de dança do ventre, não existe verdade e nem tampouco mentira absoluta. 

A vestimenta

A bailarina se envolve com os sete véus. Os véus podem ser das seguintes cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, lilás, branco. A vestimenta da dança do ventre , embaixo dos sete véus, deve ser preferencialmente de cor clara, suave.
A retirada de cada um dos véus, presos ao corpo da dançarina, representa a dissolução dos aspectos mais nefastos e a exaltação das qualidades pessoais. O véu vermelho está associado a Marte; sua retirada significa a vitória do amor cósmico e da confiança sobre a agressividade e a paixão; O véu laranja representa Júpiter, que dissolve o impulso dominador e dá vazão ao sentimento de proteção e ajuda ao próximo.
O Sol está ligado à cor amarela, que elimina o orgulho e a vaidade excessiva, trazendo confiança, esperança e alegria; o véu verde vale para Mercúrio, que mostra a divisão e a indecisão sendo vencidas pelo equilíbrio entre os opostos; Vênus é o véu azul-claro, a qual revela que a dificuldade de expressão foi superada, em prol do bom relacionamento com os entes queridos; o lilás, que representa Saturno, mostra a dissolução do excesso de rigor e seriedade, a conquista da consciência plena e o desenvolvimento da percepção sutil.
Finalmente a Lua está associada à cor branca ou ao prateado ( a união de todas as cores ). A queda do último véu mostra a imaginação transformada em pensamento criativo e pureza interior. 

A dança

Retira- se cada véu com muita sensualidade, habilidade e naturalidade. Fazendo movimentos ondulatórios, movimentos laterais de cabeça, movimentos rotatórios e ondulatórios com as mãos, movimentos de transe.

A música

Deve ter andamento lento e duração longa (aproximadamente 7 a 8 minutos).
A bailarina deve assumir uma personagem: a sacerdotisa em busca da sua verdade. O despertar de sua consciência, de sua força e poder, dentro do mais perfeito equilíbrio.

Porque você não pode desistir!

Esse é um texto especial para aquelas que sentem que não vão conseguir continuar, ou pensam que seu aprendizado estacionou. Apenas um convite para meditar melhor acerca de seu momento.
Quando comecei minhas aulas de dança, minha professora - Sharazad -  dizia que meus braços pareciam cabos de vassoura... parece brincadeira, não é?  Eu via os braços dela, e me encantava com aquela graciosidade a tal ponto, que foi impossível abandonar as aulas.  Pensava comigo, "nenhum bebê nasce sabendo, com certeza ela também teve seu período de aprendizado, por que não eu?" 
Por diversas vezes, pensei em desistir, mas um bichinho dentro da minha cabeça de menina dizia, "você gosta tanto disso, fica só mais um pouquinho vai!"
Assim eu fui ficando, e, devagar fui descobrindo onde estavam minhas travas, aprendendo a abrir os ferrolhos e colocar lubrificantes nos lugares enferrujados, até que aquele corpo novo, mas muito duro, começou a se mostrar um pouco mais maleável.
Sinto que ao tomar contato com a dança todas nós percebemos o quanto não somos donas de nosso corpo e essa descoberta nos surpreende e assusta ao mesmo tempo.  Quantas vezes já ouvi em aula a expressão: "Eu entendi a explicação e estou dizendo a meu corpo o que fazer, mas ele não me obedece...!"   Na verdade, creio que num primeiro momento existe um conflito entre compreender mentalmente as ordens e senti-las em nosso corpo.  Vivemos numa estrutura social que oferece pouco espaço para o afeto e menos ainda para cuidar de nossa vida interior. Correndo de um lado para o outro, oferecendo nossa eficiência no trabalho, a atenção para os amigos e afins, cuidando de filhos, quando eles já fazem parte de nossa vida... Quando chega a hora de cuidar de nós mesmas, o cansaço fala mais alto e adormecemos na primeira página daquele livro, que tanto queríamos ler, sem energia para chegar ao final do primeiro parágrafo.
As aulas de dança parecem ser um bom começo para retomar o contato perdido... lá atrás, na adolescência, quando ainda nos olhávamos no espelho com curiosidade e espanto, vendo a transformação que a maturidade trazia. 
Voltamos a ficar curiosas: como será que eu fico numa roupa de dança...como será quando já souber dançar, quando estarei pronta para fazer uma surpresa para alguém???  Tantas possibilidades e tantos planos, que vão por água abaixo, depois de apenas três meses de aula!!!  Nada que valha a pena, pode ser aprendido em apenas 90 dias, nenhum idioma será dominado em tão pouco tempo.  A dança é a linguagem do corpo, se ele não foi treinado para falar, como estará pronto para proferir palestras depois de míseros três meses de preparação?   
Dê tempo a si mesma, permita que as mudanças ocorram dentro de um ritmo normal.  Nossas emoções não existem apenas em nossa mente mas deixam marcas profundas nos músculos, articulações e em toda nossa estrutura enquanto ser humano.  Dançar significa permitir a soltura de nossas tensões, o relaxamento do controle, a abertura para os sentimentos.  Por abrir tantas portas dentro de nós é que não é tão fácil assim...Respeitando nossos limites damos espaço para que eles afrouxem, como um elástico novo, que de acordo com o uso, fica mais macio e se alonga sem oferecer resistência.  A resistência de nosso corpo está diretamente ligada a necessidade de defesa, todo ataque frontal recebe reação imediata; se minarmos nossas defesas devagar e suavemente, ensinaremos a nosso corpo que vale a pena relaxar.  Nem toda  baixa de defesa, significa ser machucada no final.
Poder expressar-se através de uma arte, no nosso caso, a dança, é uma das maiores dádivas que podemos usufruir na vida, falar com nossos olhos, mãos, pés e tronco.  Falar sem proferir palavras, falar direto ao coração de quem nos vê!  Dando a oportunidade de interpretação ao outro.  Afinal nem todos tem a mesma impressão ao ver um quadro e assim será conosco, cada pessoa que assistir a sua dança terá uma impressão diferente, uma mesma música trará diversas nuances, dependendo de quem a ouve.
Depois de seis meses em aula você começa a se sentir mais confortável em sala e descobre que nem tudo é tão difícil assim.  Já decifra muitos movimentos e percebe que é questão de tempo executá-los com qualidade, aprende a ouvir o que seu corpo lhe pede e respeita os momentos em que ele quer descanso.  Inicia os primeiros passos, em forma de seqüências, deslocando-se no espaço e experimentando esse mundo novo. Desse ponto em diante, parte das ilusões iniciais já se foram, conhece outras pessoas e percebe que suas dificuldades são iguais as delas, algumas até parecem penar mais do que você.  Na verdade, seu furor inicial já amainou e tudo é visto com maior clareza.
Permita que chegue este momento, acredite em você acima de tudo.  O tempo faz milagres em nossa vida, não serve apenas para suavizar a dor, mas também para derrubar as muralhas que não precisamos e liberar nossas asas para que possamos voar livremente.  Como dizia a letra de uma antiga canção:
" Abra suas asas, solte suas feras, caia na gandaia, entre nessa festa...me leve com você, no seu sonho mais louco, louco, louco, quero ver esse corpo... lindo leve e solto..."
Lulu Sabongi

As fases da Dança do Ventre

Sabemos que a dança do ventre é uma jornada para o resto da vida de todas as mulheres que se predisponham a levá-la a sério e tê-la consigo como balizamento emocional, e elemento estruturador da auto-estima.  Em se tratando de aprendizado com intuito profissional, existem algumas fases que devem ser conhecidas:

  1. Sede de aprendizado - Tudo começa quando uma mulher tem o primeiro contato com a dança e vislumbra a possibilidade de vir a aprendê-la.  Nesse instante, quer saber tudo o que a professora sabe, e acredita que em um mês estará totalmente desenvolta a fim de se apresentar para quem mais gosta.
  2. Desânimo ao achar que nunca vai aprender (primeiros 6 meses) - Aparece nas primeiras dificuldades com movimentos mais elaborados e que necessitam coordenação específica.
  3. Confiança em acreditar que pode fazer (1 ano) - Após superar o desânimo e continuar com perseverança seus estudos de dança, percebe que, com treino, consegue fazer alguns dos movimentos já suficientes para cumprir os objetivos para os quais se determinou.
  4. A primeira dança para o público - É o momento mais importante.  Aqui fica definida qual a estrada que vai trilhar.  Se as palmas e os elogios acontecem, provavelmente inicia-se um processo de euforia e a crença de que poderá ir além.
  5. Início de danças para o público com mais freqüência (2 anos) - Início de uma fase difícil de lidar.  A bailarina acredita que domina seu público e que "já sabe tudo"e "pode ensinar muito".  Ouve pouco e fala demais.  Inicia uma fase de auto-confiança semelhante a uma bolha, que pode esvaziar a qualquer momento.  Ela mesma desenha para si uma promessa de sucesso; sua preocupação principal: o cachê. O ego começa a contrastar.
  6. Desequilíbrio com o ego e dificuldades em lidar com a humildade - Lida com elogios de forma desequilibrada, podendo perder os traços de humildade.  É a tendência para criticar e o desconforto extremo quando vira para si o alvo da crítica.  Nesse momento, geralmente, começa a dar aulas, despreparada e sem a generosidade necessária.  Assim, não oferece a suas alunas o que de fato deveria.
  7. Estrelismo (3 anos) - A pior de todas as fases.  O momento negro na carreira da bailarina de dança do ventre profissional.  Acredita que ninguém sabe mais do que ela: "todos precisam aprender".  É a senhora das palavras, das opiniões e das verdades.  Modéstia passa a ser uma palavra desconhecida e o convívio social é permeado pelo interesse profissional.  Por vezes, ao ser questionada sobre seu tempo de estudos em dança do ventre adiciona todos os cursos de balé que já fez na vida e diz "já estou trabalhando nessa área há dez anos", quando na verdade só começou a estudar a dança oriental há dois.  A inflação no tempo de experiência pode ser estendida para a lista de apresentações profissionais e até mesmo a dança no clube do bairro está lá presente no currículo.
  8. O sucesso não chegou como previsto - É o momento da dúvida: afinal, o que saiu errado? A cartilha dizia que era esse o caminho; em que ponto do mapa fica o sucesso tão almejado?  O mapa, na verdade, não existe, e a bailarina percebe que precisará escrever seu próprio mapa, se desejar continuar.
  9. Desânimo com o que já sabe - Acontece ao perceber que faz sempre as mesmas coisas, os mesmos movimentos, e dança sempre com as mesmas músicas.  Surge a sensação de que parou no tempo.  Já não se contenta mais com o pouco que desenvolveu e entra em depressão com a dança.  Em muitos casos, acaba realizando suas apresentações meramente para angariar recursos financeiros; é uma fase perigosa, pois a tendência aqui é "criar" formas de chamar a atenção para a dança, coisas que ninguém nunca fez e que, eventualmente, podem ser um grande chamariz para atrair as pessoas ou a mídia.  Um desrespeito à cultura e à arte.  É uma fase de procurar atalhos.
  10. Estacionar com o aprendizado (4 anos) - Além do tédio de ter que se apresentar sempre com as mesmas músicas, as mesmas roupas (pois o ânimo e a criatividade parecem que foram embora para sempre), agora parece que já não existem fontes confiáveis e conhecimentos para adquirir, e o jeito será manter a dança como fonte de renda financeira, por mais pesado que pareça este fardo; e aparece a preocupação "tenho que aumentar meu cachê... afinal já estou há quatro anos trabalhando como profissional!".
  11. Indecisão sobre a dança e seus propósitos pessoais - A dúvida começa a pairar.  Foi realmente um acerto ter escolhido esta estrada?  Acredita que já aprendeu tudo o que podia.  E mesmo assim o questionamento "ser uma estrela" ou "ser uma farsa" tem um grande impacto emocional.
  12. Decisão de procurar novas fontes (5 anos) - Se conseguir superar a fase anterior, inicia-se um novo horizonte, com idéias, fluxos de criatividade e vibrações de possibilidades que antes pareciam obscuras.
  13. Necessidade de reconhecimento - Começa a acreditar que ninguém, neste período todo de carreira, reconheceu seu valor e tudo o que aprendeu durante anos.  O mundo não a compreendeu e não reconhece o talento visível que é.
  14. Amadurecimento e respeito pela arte (10 anos) - É o momento em que se atinge o primeiro platô de sabedoria.  Percebe que ainda não aprendeu absolutamente nada do que existe neste manancial de cultura e começa a respeitar mais seu corpo e seu aprendizado.  Percebe que a estrada é mais longa do que imaginava e agora a incorpora para sempre.  Já faz parte do seu sangue conviver com o aprendizado da dança.  A humildade começa a aparecer e fica difícil a convivência com as iniciantes que se encontram na fase do desequilíbrio com o ego.
  15. Procura incessante por novas fontes e maneiras de dançar - O prazer agora, mais do que nunca, está na descoberta do que durante tantos anos esteve oculto: o conhecimento.  Encontra as respostas para muitas atitudes de antes e com tudo que toma contato percebe um sentido melhor, pois já teve oportunidade de sentir e compartilhar pessoalmente no passado.
  16. Equilíbrio artístico e definição de métodos de ensino - Já não faz tanta diferença como os outros pensam ou como o mercado reage às suas investidas.  Desenvolve seu trabalho procurando sempre ferramentas para aprimorar seus métodos para ensinar, passar a frente tudo o que aprendeu.  O aprendizado e o aperfeiçoamento agora importam demais para si.
  17. Especialização de danças e investimento na imagem (15 anos) - Começam a fazer parte do currículo danças folclóricas dos países árabes, mediterrâneo, sempre embasadas em um amplo conhecimento em cada assunto.  Seu nome começa a ganhar destaque no mercado da dança.  Cresce a credibilidade e desenvolve um trabalho sério.  Surgem os workshops.
  18. Ensino do que aprendeu na carreira - Agora o mais importante é a alavancagem de maior conhecimento possível.  Esta passa a ser a fonte de seu prazer.  Sua dança só enriquece se descobre novas fontes de conhecimento; e delas sempre se utiliza para o aperfeiçoamento de movimentos e o ensino.
  19. Plenitude na dança e fonte de pesquisas (20 anos) - O prazer artístico está alicerçado em conhecimento e saber; realiza com o corpo o que desejar e, graças aos anos de pesquisas empreendidas durante a existência, tudo tem coerência e os pontos de estudo parecem alinhavados.
  20. Dúvidas sobre quando parar de dançar - É um momento delicado na carreira de toda bailarina e de qualquer artista.  Relutância em acreditar que suas apresentações iniciam uma fase descendente em se tratando de tempo; super-valorização do momento presente.  O tempo passa para todos.
  21. Nostalgia e respeito público (mais de 25 anos) - Seu nome acaba sendo respeitado e admirado por todas aquelas que fazem parte do meio.  As lembranças pessoais parecem recentes... Se conseguiu construir uma carreira íntegra, acaba tornando-se uma "lenda viva" na arte.  Torna-se fonte de consultas permanente e admira-se com os novos talentos que despontam.  No fundo, lamenta que todas tenham que passar por cada uma dessas fases, se quiserem chegar onde chegou.  Umas se perderão no caminho, outras florescerão.  Afinal, a vida sempre foi um turbilhão de desafios.
Evidentemente, o tempo de dança varia de mulher para mulher e da mesma forma as fases podem ter períodos de continuidade diferentes.  Um fator interessante e também muito importante é que tendo conhecimento de que essas fases existem pode-se diminuir sua longevidade e atenuar muitos dos aspectos negativos, principalmente das fases iniciais.

Faz parte da carreira de toda bailarina conviver com essas fases: elas determinam seu desenvolvimento e crescimento.  Nada fácil por sinal.
Esta é minha visão do mundo da dança do ventre no Brasil, depois de conviver desde 1983, diariamente com essa arte. 
Jorge Sabongi

Maquiagem e demais cuidados para uma apresentação

A maquiagem é muito importante para a bailarina.

Nos fragmentos históricos encontrados em terras egípcias, as bailarinas eram retratadas sempre com os olhos supermaquiados, ressaltando a expressividade do olhar.

Essa expressão que chamamos "olhos árabes", é preservada na atualidade, porque o olhar é um dos principais atrativos da dança, e é a janela da alma da bailarina... é no olhar que passamos toda a emoção ao dança.


Antes de começar a se maquiar:

  1. Limpe o rosto e seque bem;
  2. Prenda os cabelos, para que o rosto fique livre;
  3. Procure se maquiar em um local com boa iluminação.

A Base:

A base é indispensável para corrigir manchinhas, sardas...
Em primeiro lugar você deve se preocupar com tipo mais apropriado para a sua pele. Existem bases líquidas, cremosas, em bastão e em pó.
Se sua pele é oleosa, fuja das bases gordurosas. Atualmente, existem bases que são em pó, mas que também podem ser usadas com uma espojinha umedecida com um poquinho de água, para cobrir melhor. 

O Acabamento:

Depois de colocar a base , se necessário, um corretivo (para olheiras ou pequenas acnes, por exemplo), é conveniente passar um pouco de pó translúcido para eliminar o brilho.

As sobrancelhas:

Devem estar sempre impecáveis e mito bem traçadas. Se você tem falhas pu possui um sobrancelha ralinha, utilize lápis para corrigir.
Só tome cuidado para fazer os traços finos, no mesmo sentido dos pêlos, e para que o desenho das duas fiquem iguais, não se esqueça: se você é loira, utilize lápis marrom e se é morena, utilize o cinza e o preto. 

Os Olhos:

Deve-se ter uma atenção especial aos olhos, pois eles transmitem nossos sentimentos, e tem um papel importantíssimo na dança do ventre, pois é através deles que nos experessamos e damos vida à dança.
Ilumine a pálpebra, combinando com o traje(se a roupa tem dourado, sombra dourada cai bem), depois, você pode usar um tom mais escuro para fazer o sombreado (um marrom por exemplo), ou, se a roupa for clara, branco pode ficar muito bonito. Tenha um bom estojo com cores básicas (tons de marrom, cobre, ouro, prata e grafite).
Mas também é bom ousar um pouco. Dependendo, pode-se utilizar uma sombra que combine com a roupa (ex.: uma roupa verde e dourada - ilumine a pálpebra com dourado, faça um leve sombreado na parte externa da pálpebra e esfumace, misturando levemente com uma sombra verde). Deve-se ter um bom senso ao utilizar cores como rosa, azul, lilás, etc, pode-se conseguir um efeito muito bonito, ou... a catástrofe total!
Cuidado para não ficar caricato!

O Contorno dos Olhos:

O traço do contorno depende muito do seu olho, mas, em geral, ele deve ser fino e delicado no canto interior e mais espesso no final. Os olhos devem ser muito bem delineados, pois são uma grande característica desta dança e sempre deixam um toque de mistério no ar.
MAS TOME CUIDADO!!! A "puxadinha", aquele risquinho no canto exterior do olho, que muitas fazem, deve ser muito, mas muito sutil. Um risco grande torna o resultado caricato e vulgar. Você vai acabar parecendo uma bailarina de cabaré! Portanto, tome cuidado e seja sutil e delicada.
O traço do lápis deve ser fino, percorrendo toda a linha superior e inferior dos cílios. O delineador pode ser usado no lugar do lápis ou apenas para intensificar o preto.

O Rímel (máscara de cílios):

Os cílios dão um toque especial ao olhar. Existem muitos tipos de rímel (os que alogam, dão volume, etc), eu particularmente prefiro os que são à prova d'água, porque não mancham, nem escorrem, porém são um pouco difíceis para tirar. Vale a pena investir e comprar um bom.
Dicas: não "bombeie" o rímel antes de usá-lo, pois isso diminui a sua durabilidade. Para quem é loira, uma boa opção é usar rímel marrom. 

O Blush:

Deve combinar perfeitamente com seu tom de pele. Se sua pele for clara, opte por tons de rosa, salmão claro (mas nada de rosa pink ou vermelho, por favor...). Se for morena, acobreados são uma boa opção. Pele clara ou morena, fuja dos alaranjados! Os "blushes" em bastão ou cremosos, também são uma boa opção.
O blush deve ser utilizado apenas para dar um aspecto mais "saudável" ao rosto
Dica: para aplicar o blush, sorria e espalhe-o com um pincel redondo na parte mais alta das maçãs do rosto. 

A Boca:

Uma boca bem delineada é muito sensual. Use um lápis especial para delinear lábios antes e certifique-se de que o contorno combine perfeitamente com o batom.
Quem tem lábios finos, pode torná-los maiores utilizando um contorno com lápis mais claro, porém se quiser uma boca bem marcada, opte por um tom mais escuro. Bailarinas egípcias costumavam usar vermelho nas unhas e boca. No entanto, é necessário tomar cuidado com essa cor... alguns são muito berrantes, outros podem escorrer e causar uma verdadeira catástrofe!
Se você gosta de usar tons de vermelho sangue e vinho, o melhor a fazer é aplicar o batom com um pincel ao invés do bastão, a camada fica mais fina, mais natural e não escorre. Eu, prefiro dar mais atenção aos olhos, e nos lábios, fazer um contorno "cor de boca", passar um "brilhozinho" pra ficar com a boca mais vermelhinha e só.
Outra boa opção são os batons de longa duração disponíveis no mercado, eles são mais "secos" porém mais macios. Depois que você aplica, ele seca e não escorre de jeito nenhum. O inconveniente deles é que alguns às vezes podem rachar depois de algum tempo, devido às "ruguinhas" naturais dos lábios e precisam ser reaplicados. 

Cuidado com os Exageros:

A maquiagem exagerada envelhece e se torne pesada.
Fazer um arco-íris nos olhos não vai dar melhor efeito do que usar poucos tons em prefeita harmonia. A maquiagem deve ser sensual, mas com um toque de sutileza para não parecer vulgar. Seu rosto deve ser bonito de ser admirado de longe (como em um show de palco) e de perto (como em um restaurante).
Lembre-se: exageros com maquiagem só são permitidos do carnaval. A maquiagem não precisa ser exagerada para ser notada.
Nota: Ao fim da apresentação, limpe bem a pele, e tire toda a maquiagem, utilize produtos sem álcool. Lave bem o rosto com um sabonete cremoso (os de erva doce são ótimos), ou próprio para o rosto. Em seguida, passe um tônico e um hidratante.
Para retirar a maquiagem dos olhos, use removedores específicos para este área, pois a região da pálpebra é delicada. Hidrate sempre os lábios e jamais durma maquiada! Isso é um atentado à pele.

Demais Cuidados

Cabelos:
Todo mundo, quando pensa em uma bailarina de dança do ventre, imagina uma mulher com cabelos longos, dizem que essa é a preferência da dança árabe, mas, se você não possui uma "vasta cabeleira" não entre em pânico, não leve isso muito a sério!
Na minha opinião, um cabelo bem cuidado, macio e brilhante já basta, não importa se é liso ou enrolado.
Meu cabelo esta em fase de crescimento, e às vezes penso em comprar um aplique, mas desisto da idéia. Por que seguir um padrão? Por que não ousar?! Eu gosto de fazer um penteado que deixe meu rosto em evidência.
Vala a pena inovar! Se você tem cabelos cacheados, pode-se fazer uma super escova, ou usá-los ao natural, ou até mesmo fazer uma trança... prendê-los de um jeito diferente.
Muitas vezes um arranjo bonito faz toda a diferença no visual!
Para quem tinge os cabelos: não deixe de fazer uma hidratação de vez em quando! Cabelos tingidos são mais frágeis e nunca deixe a raiz em evidente! Deixa um ar de desleixo. 

Mãos e pés:

Deve estar sempre com as unhas feitas, ou se não, impecavelmente limpas e bem tratadas. Não há nada mais feio que unha suja e pé cascudo!!! :P 

Kareemah Nourhan

Snujs

Legendas:
  • Dum - ambas as mãos
  • Ta - sua mão principal
  • Ka - a outra mão
  • tá - complemento da mão principal
  • * (D= direita e E= esquerda)

Exercício No. 1 (alternando)

Destros

Direita

DE-DE-DE-DE-DE-DE-DE

Canhotos

Esquerda

ED-ED-ED-ED-ED-ED-ED

Taka-taka-taka-taka-taka-taka-taka...





Exercício No. 2 (galope)

Destros

Direita

DED, DED, DED, DED, DED...

Canhotos

Esquerda

EDE, EDE, EDE, EDE, EDE...

Taka-tá, taka-tá, taka-tá, taka-tá. taka-tá...





Exercício No. 3

Destros

Direita

DED-D, DED-D, DED-D,...

Canhotos

Esquerda

EDE-E, EDE-E, EDE-E,...

Taka-tá, tá,  taka-tá, tá,  taka-tá, tá...



Exercício No. 4

Destros

Direita

DEDED, DEDED...

Canhotos

Esquerda

EDEDE, EDEDE...

Taka-taka-tá, Taka-taka-tá...



Exercício No. 5

Destros

Direita

DEDED-D, DEDED-D...

Canhotos

Esquerda

EDEDE-D, EDEDE-D...

Taka-taka-tá tá, Taka-taka-tá tá...



Exercício No. 6

Destros

Direita

DED-DED-DEDED...

Canhotos

Esquerda

EDE-EDE-EDEDE, ...

Taka-tá-Taka-tá, Taka-taka-tá...



Exercício No. 7

Destros

Direita

DEDEDEDEDEDE-D...

Canhotos

Esquerda

EDEDEDEDEDED-E, ...

Taka-taka-taka-taka-taka-taka - tá



Exercício No. 8

Destros

Direita

DED-DED Dum-Dum,...

Canhotos

Esquerda

EDE-EDE Dum-Dum,...

Taka-tá taka-tá - Dum, Dum...



Exercício No. 9

Destros

Direita

Dum DED-Dum, Dum DED-Dum

Canhotos

Esquerda

Dum EDE-Dum,  Dum EDE-Dum

Dum taka-tá-Dum, Dum, taka-tá-Dum....



Exercício No. 10

Destros

Direita

Dum,Dum, DE, Dum,Dum,...

Canhotos

Esquerda

Dum,Dum, ED, Dum,Dum,...

Taka-tá tá, Taka-ta (tempo), Taka-tá...Taka-tá tá, Taka-ta (tempo), Taka-tá...

O mito da barriguinha na dança do ventre

Nos dias de hoje, infelizmente, ainda se ouve falar que a dança do ventre cria barriga, ou seja, o ato de dançar provocaria um aumento de células adiposas (células que acumulam grande quantidade de gordura) na região abdominal. Tecnicamente tal afirmação não pode ser verdadeira, mesmo assim, até alguns profissionais da área da saúde creem no mito. Posso afirmar com plena convicção que a dança do ventre não cria barriga e no texto que segue exponho argumentos que comprovam isso. Para começar, assim como toda atividade física, a dança do ventre queima calorias, portanto, pode fazer com que a bailarina diminua a massa de gordura, ou seja, perca peso. Outro fator importante é o da estabilização lombar, pois no momento da prática desta dança é imprescindível o encaixe para que os movimentos possam ser executados corretamente. Assim a coluna fica ereta, na postura correta, trazendo benefícios para a postura da bailarina. Movimentos como o “oito maia” (proveniente da dança do ventre) é muito utilizado na fisioterapia para casos de hiper lordose lombar.Podemos perceber que a dança do ventre pode ter uma função terapêutica que beneficia diretamente a coluna lombar, até porque, o músculo transverso do abdome responsável pela estabilização lombar é muito exigido nos movimentos desta dança.

Agora podemos entrar no assunto da barriga, pois se sabe que muitos casos de abdome mais saliente são originados por má postura, principalmente na região lombar que faz com que o abdome se projete para frente. Estando na postura correta, os músculos abdominais ficam contraídos provocando sua tonificação. Além disso, a principal ação dos músculos abdominais tais como o reto abdominal, transverso do abdome, oblíquo interno, oblíquo externo (músculo da cintura que cobre a parte inferior lateral do abdome, desde o reto abdominal até o grande dorsal) são a reflexão e rotação do tronco, movimentos muito presentes na dança do ventre. O que acontece é que quando você inicia as suas aulas, a profissional tende a arrumar a sua postura, encaixando sua pélvis e alongando sua coluna, e quando você relaxa e volta a forma antiga , ai parece que você fica barriguda, é só um problema de má postura, a qual a dança trabalha muito.
O que a dança pode fazer por você, é modelar o seu corpo, deixando-a com a barriguinha em forma de violão e afinado a sua cintura.

Concluo que a musculatura do abdome sendo exigida e trabalhada na dança torna impossível que a prática desse exercício seja o causador de um acúmulo de gordura na barriga.

Texto de Cinara Klein

Movimentos da Dança do Ventre

O Oito

  1. Pés paralelos e braços para cima.
  2. Inicie o movimento imaginando que os quadris desenham um oito sem parar na horizontal. Mantenha os joelhos flexionados. 
  3. Os joelhos funcionam como molas, impulsionando os quadris. Conforme movimenta a bacia, tire os calcanhares do chão alternadamente.

O Camelo 


  1. De perfil, um pé um pouco a frente do outro, braços a frente 
  2. Transfira o peso do corpo para o pé da frente projetando a bacia na mesma direção em um movimento sinuoso 
  3. Depois retorne o peso do corpo para trás. Continue fazendo um movimento de vaivém. O abdômen controla a volta das vértebras lombares.


Braços de Serpente 


  1. Os braços vão desenhar ondulações no espaço. Levante o braço direito até a altura dos ombros ao mesmo tempo que projeta as costela também para a direita, como se fosse empurrar algo com o tronco. 
  2. Abra o outro braço lentamente , fazendo um esforço de resistência com o que já está levantado, provocando uma oposição de forças.


A dança dos quadris 


  1. Direcione a bacia para o lado direito e comece a mexer os braços livremente. 
  2. Em um jogo ágil, leve a bacia para várias direções.
  3. Continue mexendo a bacia para a frente, para trás, para baixo, para cima, vibrando sempre. 
  4. Os pés acompanham os quadris. 
  5. Permaneça mexendo os braços como se estivesse marcando o ritmo de percussão.


Passo Básico Egípcio 


  1. Posicione os braços formando um ângulo de 90 graus. Coloque a perna direita a frente do corpo e eleve o quadril. 
  2. Mantenha a perna direita a frente e abaixe o quadril. 
  3. Eleve o quadril novamente para o mesmo lado. 
  4. Cruze a perna na frente do corpo como se desse um chute, enquanto abaixa o quadril. 
  5. Repita o movimento e quando der o chute vire 90 graus e comece de novo até completar o círculo.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Dança do ventre melhora a auto-estima e o prazer

Magia, mistério, beleza e sensualidade. Esses são alguns dos ingredientes que fascinam as mulheres e as levam a praticar a dança do ventre, uma arte milenar que está se tornando a onda do momento depois que a novela O Clone, da Rede Globo, começou a mostrar cenas do Marrocos e festas animadas pela dança. Para alguns, a dança desenvolve a auto-estima e melhora o prazer.

As escolas e academias de Belo Horizonte (MG), por exemplo, nunca receberam tantos telefonemas de mulheres procurando saber um pouco mais sobre as aulas. "Muitas dizem que sempre tiveram vontade de fazer, mas que depois da novela tomaram coragem e decidiram", conta a professora Amany Ab-Haila. Envolvida com a dança do ventre há seis anos, Amany diz que é clara a diferença das mulheres, sejam jovens ou já mais maduras, meses depois de pra ticarem a dança. "Elas começam a se ver diferente, se descobrem, ficam mais seguras e fazem as coisas lá fora com mais prazer", afirma Amany.

Para as mais jovens, saindo da adolescência, a dança do ventre tem se mostrado uma verdadeira descoberta para o desenvolvimento da auto-estima e da desenvoltura. Letícia Drumond, 15 anos, faz aulas há quase um ano e garante que, para ela, as mudanças são mais psicológicas do que corporais. "A dança do ventre está ajudando a despertar a minha auto-estima. Faz me sentir mais bonita, mais feminina", afirma Letícia, que é descendente de libaneses e sempre teve o gosto pela dança, desde criança.

Para a estudante Paula Beatriz Barbosa Campos, 16 anos, a tranqüilidade para o corpo e a mente é o maior benefício da dança do ventre. "É uma sensação de relaxamento muito grande. Até mesmo minhas cólicas menstruais diminuíram, porque trabalha muito a região do abdômen", conta Paula. Renata Benedetto, 23 anos, estudante de Educação Artística, também se fascina pela história da dança do ventre e a cultura árabe. Além disso, diz que a prática da dança a faz se sentir muito bem com seu corpo.

Quem pratica a dança do ventre garante que ela trabalha a sensualidade da mulher, mas sem apelações. "É uma dança exótica, tanto pela roupa que se usa, a maquiagem, os movimentos. É uma sensualidade que desperta o charme da mulher. Não é sexualidade, nem erotismo", alerta Amany Ab-Haila.

Benefícios da Dança do Ventre

Para seu corpo :   

  • Corrige a postura, conferindo elegância e fazendo “crescer” até três centímetros.  
  • Modela ombros e braços, dando contornos mais definidos.  
  • Ao corrigir a postura, eleva os seios, favorecendo seu formato.  
  • Fortalece e enrijece o ventre, diminuindo a barriga.  
  • Afina a cintura.  
  • Arredonda e endurece quadril e glúteos.  
  • Tonifica e desenvolve os músculos da perna, principalmente coxas e panturrilhas.  
  • Alonga toda musculatura, deixando a figura mais delgada.  
  • Se a aula mantiver um bom ritmo, pode queimar até 300 calorias por hora, o que auxilia na perda ou manutenção do peso.  

Para sua alma:   

  • É uma ótima terapia, relaxando e trazendo bem estar emocional.  
  • Desenvolve a auto-estima e a confiança em sí própria.  
  • Traz desenvoltura e desinibição.  
  • Confere vaidade e graciosidade às praticantes.

Danças e Ritmos

Tahtib

Utilização do ritmo conhecido como Said

Dança tradicional masculina, hoje em dia também praticada pelas mulheres, numa versão mais suave, conhecida no Brasil como "Dança da Bengala ou Dança do Bastão".
Homens egípcios tem sempre consigo um longo cajado para reunir rebanhos, caminhar e se proteger. Sua dança chamada Tahtib é uma falsa luta iniciada pela música. Os homens se pavoneiam e mostram através da postura, sua força, então atacam e desviam os golpes de acordo com a música.
A versão feminina da dança é acerca da feminilidade. Elas fazem os movimentos graciosos e omitem a força. As mulheres ostentam sem esforço e controlam seu bastão, muito menor que o dos homens. Elas usam isto descaradamente como uma moldura para seus movimentos corporais. Alguns dos movimentos femininos lembram o "Tahtib" e alguns os homens brincando, imitam o estilo das mulheres. O nome pelo qual a dança da bengala é conhecido em árabe (para mulheres) é Raqs Al Assaya.

Khaleege ou Khaliji

Em árabe esta palavra significa "golfo"; as bailarinas utilizam-na para se referir ao estilo de música e dança do Golfo Pérsico/ Área Península Arábica - Arábia Saudita, Kwait, Bahrain, Quatar, Emirados Árabes e Oman.
É utilizado um ritmo específico que os músicos chamam "Saudi". Um conhecido cantor saudita que exemplifica o estilo Khaleege é Mohammed Abdou.
A roupa típica para esta dança seria o "Tobe al nash'ar". Ela é uma dança tradicional feminina praticada no Golfo Pérsico em festas e casamentos, mesmo hoje em dia. Cada participante usa um vestido todo bordado por cima de sua roupa normal. O trabalho dos pés nesta dança é muito simples. Os movimentos essenciais que caracterizam esta modalidade são: as torções e movimentos com as mãos e a cabeça envolvendo todo o tempo seu corpo e o vestido Khaleege.

Melea-laf

Dança folclórica egípcia, da cidade de Alexandria. Melea-laf significa “lenço enrolado”, o tempo inteiro executada com o “melea”, um lenço de +/- 3 metros, preto, pesado, às vezes bordado com pastilhas nas laterais. O melea está sempre enrolado no corpo da dançarina.

É uma dança do subúrbio de Alexandria, executada somente por mulheres. A roupa típica é um vestido, geralmente bordado com “fru-frus”coloridos, podendo até ser curto, um arranjo de cabeça também de “fru-frus”, um shador feito de crochê ou outro material que forme uma trama de “quadradinhos” no rosto, tamancos e o melea. Esta roupa, de tão colorida, lembra os figurinos de Carmem Miranda. Há quem diga que as “excandaranis” (mulheres de Alexandria) são tão irreverentes que cantam e até mascam chicletes enquanto dançam!

É uma dança muito descontraída e charmosa, e o foco principal é a destreza da bailarina nos movimentos com o melea, que durante toda a dança ganha destaque.

É fácil reconhecer uma música de Alexandria usada para esta dança, pois além de ser bem alegre e despojada, fala da mulher suburbana, e geralmente em seus refrões se ouve: excandarani (mulher de Alexandria), Excandarania (Alexandria), melea (o lenço preto).

No Cairo também se dança melea-laf, porém as músicas utilizadas podem ser não somente as de Alexandria, mas também outra que tenha um ar folclórico, alegre e irreverente.

Raks el Daff ou Dança do Pandeiro 

A dança do Pandeiro muito provavelmente tenha origem cigana, assim como todas as danças que utilizam objetos percussivos. Existem registros antigos que falam da utilização deste instrumento pelas sacerdotisas, com finalidade sagrada. Abaixo segue uma tradução feita por Marise Soares Hansen, do livro “When the drummers were women”.

“Minha pesquisa sobre a história do pandeiro levou-me a uma jornada pelo mundo das mulheres que se estende desde os tempos mais remotos. Descobri que milhares de anos, os habitantes do mundo mediterrâneo adoravam várias formas de uma Grande Deusa criadora. No centro crença sempre esteve a percussão, especialmente o pandeiro. Com ele, a Deusa regulava a dança rítmica do Cosmo – a sucessão das estações do ano, os ciclos da lua, o crescimento e amadurecimento dos grãos, as vidas das pessoas.

Fontes antigas mostram que o pandeiro era um poderoso símbolo de presença espiritual. Sacerdotisas eram hábeis nas técnicas de domínio deste instrumento. Elas sabiam quais ritmos aceleravam o processo de maturação das sementes recém-plantadas; quais facilitavam o nascimento dos bebês; quais induziam a um estado de transcendência espiritual. Guiadas pelas batidas do pandeiro, alteravam voluntariamente seu estado de consciência, viajando pelo céu, pela Terra e pelo mundo subterrâneo.

Pesquisas científicas que vão da astrofísica à biologia defendem a idéia de que o ritmo é uma força fundamental. Estudos sobre o funcionamento do cérebro sugerem que a percussão é capaz de alterar nosso estado de consciência. Proibindo o uso do pandeiro, as religiões patriarcais eliminaram o culto à Deusa e vetaram também o acesso a partes significativas da nossa mente. (...)

Dizem que quando estamos sintonizados com outra pessoa, isso é um dos grandes prazeres da vida. Apaixonar-se nada mais é do que sintonizar-se e acompanhar o ritmo de outra pessoa.

Os principais acontecimentos da vida como nascimento, morte, doença, gravidez, separação, são estressantes em partes porque quebram os ritmos pessoais e familiares. (...)A necessidade de recuperar o ritmo interrompido leva as pessoas a tentarem, ainda que inconscientemente, recuperar seu ritmo pessoal e as relações perdidas.

Em comunidades arcaicas, na Yoga Nada, em oráculos dos antigos templos, a música tem papel importante para a união com o divino. A percussão rítmica era uma habilidade necessária à cura e harmonia das pessoas, e muito respeitada entre estas mulheres.”

Dança com Jarro

Um tipo de dança Gawazzy. Esta dança surgiu quando as mulheres se dirigiam ao Rio Nilo para lavar suas roupas e buscar água.No caminho, cantarolavam e dançavam, para minimizar o cansaço e a monotonia deste trabalho.

Tradicionalmente, usam vestidos longos e rodados, bordados com pastilhas ou moedas, com mangas compridas; na cabeça, usam lenços e adornos de moedas e metal.

As músicas são folclóricas, geralmente no ritmo saaidi ou falahi. As letras sempre falam das mulheres gawazzy que vão pegar água no Rio Nilo

Sagats - Dança com Snujs

Os snujs ou sagats são quatro pequenos címbalos de metal, usados dois em cada mão, nos polegares e nos dedos médios das dançarinas. Dançar com snujs é um hábito dos povos gawazzy. A dançarina gawazzy sempre faz suas performances com os snujs. Mais tarde, foram levados ao palco para as evoluções de dança nas músicas clássicas, mostrando a habilidade e sincronia da dançarina com a música, os movimentos de seu corpo e os snujs.

Antigamente, eram maiores: quatro snujs (os pratos eram bem maiores) em cada mão ligados por duas “barrinhas”, com um snuj em cada uma das extremidades. O polegar se encaixava em uma das “barrinhas”e os outros dedos na outra. Assim, a mão abria e fechava e esses quatro pratos criavam um som muito agudo e muito alto. Até hoje os tuaregs usam esta versão mais antiga de snujs.

Pesquisas mostram que todos os instrumentos rítmicos e percussivos usados para a dança vieram de tempos remotos, com finalidade espiritual, na intenção de fazer com que seus ouvintes recuperassem seus ritmos internos e os harmonizassem com a natureza.

Afrescos e inscritos egípcios mostram que os faraós usavam o cistrom, um chocalho na forma da cruz ansata ou cruz da vida, com vários címbalos pequenos na sua curvatura, que era usado para espantar maus espíritos e atrair prosperidade.

O fato é que a remota origem deste instrumento ainda nos é um mistério.

Zambra (Flamenco árabe)

Com a invasão árabe a Espanha, a convivência entre povos orientais e europeus resultou em grande mescla cultural, e dessa mistura surgiram novas manifestações culturais, como as zambras (do árabe samra), festas mouriscas realizadas na península hispânica, principalmente na região da Andaluzia. Essas festas eram caracterizadas por muita música, danças, aplausos e alaridos, manifestando toda a alegria, vitalidade e espontaneidade dos povos orientais e ciganos.
A Zambra, ou Flamenco árabe é, portanto, a fusão de movimentos de danças de povos nômades ancestrais. Para ficar mais claro, é só observar um pouco da formação etnológica da população da Andaluzia, anterior ao surgimento do flamenco:
Tartésico - habitantes das cidades ao Sul da Espanha, estabelecidos principalmente na região do vale de Guadalquivir. São povos descendentes das dinastias egípcias, que viviam à margem do Nilo. De seus ancestrais herdaram à ligação ao mundo espiritual e à magia.

Dança da espada

 Existem várias lendas para a origem da dança da espada. Uma delas diz que é uma dança em homenagem à deusa Neit, uma deusa guerreira. Ela simbolizava a destruição dos inimigos e a abertura dos caminhos. Uma outra, diz que na antigüidade as mulheres roubavam as espadas dos guardiões do rei para dançar, com o intuito de mostrar que a espada era muito mais útil na dança do que parada em suas cinturas ou fazendo mortos e feridos. Dançar com a espada permite equilíbrio e domínio interior das forças densas e agressivas. Uma terceira lenda conta que na época, quando um rei achava que tinha muitos escravos, dava a cada um uma espada para equilibrar na cabeça e dançar com ela. Assim, deveriam provar que tinham muitas habilidades. Do contrário, o rei mandaria matá-lo. O certo é que, nesta dança, a bailarina deve saber equilibrar com graça a espada na cabeça, no peito e na cintura. É importante também escolher a música certa, que deve transmitir um certo mistério. Jamais se dançaria um solo de Derbak com a espada.

Ritmos

Ayyub
É um ritmo 2/4 simples e rápido, usado para acelerar (ou "aquecer") uma performance.
Ele se encaixa bem com outros ritmos, e geralmente é utilizado para "acentuar" outro ritmo. Não é executado durante tempos muito longos, pois torna-se monótono.

Baladi
Este é um ritmo inserido no grupo dos derivados do Maqsum. Maqsum simples é a base de muitos ritmos e especialmente importante na música egípcia. Se você escuta música oriental com acopanhamento de percussão, certamente reconhece o tradicional DT-TD-D do Maqsum. O Baladi é uma versão folclórica do significado da terra, do campo e envolve no Egito um pouco de regionalismo Maqsum, caracterizado pelos familiares dois dums que lideram a frase. Este ritmo é muito típico aparecendo com frequência na música para Dança Oriental. O Dum duplo tende a submergir quando há acompanhamento melódico por isso, às vezes, pode não ser ouvido de imediato, então utiliza-se como base, uma versão simples de Maqsum. Existem inúmeras variações do Baladi, e algumas possuem seu próprio nome, como por exemplo o Masmoudi Saghir (Masmoudi "pela metade"). Alguns músicos afirmam que o Baladi é, na verdade, uma versão folclórica do Maqsoum.
D - D - t k t - D - t k t

Chiftitelli
Ritmo 8/4, que é executado lentamente (comparando-o ao Baladi, por exemplo). Originou-se provavelmente na Grécia ou na Turquia. Além de ser utilizado na Raks Charky, também é utilizado na Turquia, como dança de casais.
D - t k t - t - t k t - t - t k t - t k t - t k t

El Zaffa
Ritmo 4/4 egípcio utilizado em cerimônias de casamento. Dançarinos e músicos (tocando Mazhar E Daff) acompanham o casal de noivos, na entrada e na saída da cerimônia.

Fallahi
A palavra Fallahi significa algo criado por um Fallahin - fazendeiros egípcios, que utilizavam este ritmo 2/4 nas suas canções de celebração. Geralmente é tocado duas vezes mais rápido que o Maqsoum.

Karachi
Ritmo 2/4, rápido, amplamente utilizado no Egito e no norte da África (apesar de não ser um ritmo egípcio). Este não é um ritmo comum, porque ele começa com um TAK (que é uma batida aguda, diferente do DUM, que é uma batida grave).

Malfuf
Ritmo 2/4 egípcio bastante utilizado na Dança do Ventre, sobretudo nas entradas e saídas do palco.

Maqsoum
Maqsoum significa "cortado ao meio". É um ritmo 4/4 amplamente utilizado no Egito. Possui duas variações, uma rápida (normal) e uma lenta. Se tocado da forma mais lenta, torna-se uma variação de Masmoudi.

Masmoudi
Ritmo 8/4 egípcio. Possui duas partes, cada uma com 4 tempos. O Masmoudi Kebir (Kebir = grande) é também chamado "Masmoudi de Guerra", devido à sua cadência agressiva (ele se distingue do Masmoudi Saghir).

Saaid
Ritmo 4/4, originário de El Saaid, no Alto Egito (era chamada originalmente Raks Al Assaya). Ritmo utilizado para a Dança da Bengala (ou Dança do Bastão), muito praticada pelas mulheres egípcias (às vezes acompanhadas de homens, executando movimentos masculinos), onde são utilizadas bengalas ou longos bastões. Ela é uma referência a uma dança marcial masculina chamada Tahtib.

Samaai
Ritmo amplamente utilizado na música clássica egípcia. Possui uma sequência de três partes: uma com 3 tempos, uma com 4 tempos e uma com 3 tempos. Juntas, compõem um ritmo 10/8 utilizado nas composições chamadas Samaaiat.

Soudi
Ritmo utilizado para o Khalij (dança folclórica do Golfo Pérsico).

Taqsim
É uma improvisação que não possui ritmo ou estrutura definidos. Pode representar o solo de um determinado instrumentista dentro de uma composição, ou mesmo constituir a própria composição. É tocado sem instrumentos de percussão e frequentemente por um só instrumento. Tradicionalmente, é utilizado para fazer a parte lenta de uma música. O músico está livre para fazer o que quiser, favorecendo um momento especial de expressão pessoal.

Vals
Ritmo 3/4 utilizado na música egípcia e também na música ocidental.

Zaar
Ritmo 2/4. A dança egípcia Zaar é realizada para afastar maus espíritos. São feitas oferendas de caças, carneiros, cabras, novilhos ou camelos jovens, num tipo de ritual.

Solo de Percussão
Um solo reunindo variados ritmos árabes no qual, entre os instrumentos de percussão, destaca-se o Derbak.